Moody’s rebaixa nota do Brasil tira selo de bom pagador

3. Mercado Financeiro

A agência de classificação de risco Moody’s rebaixou a nota do Brasil e tirou o grau de investi mento, o selo de bom pagador. A nota do país caiu dois degraus de uma vez: passou de Baa3, o último nível dentro do grau de investi mento, para Ba2, que é categoria de especulação, que oferece possibilidade de maior retorno, mas também maior risco. A Moody´s ainda colocou o Brasil em perspectiva negativa, indicando que pode gerar novo rebaixamento.

As outras duas grandes agências, Standard and Poor’s (S&P) e Fitch, retiraram o grau de investi mento do Brasil em setembro e dezembro de 2015, respectivamente. Como principal motivo para a retirada do grau de investi mento do país, as agências apontam a deterioração das contas públicas, o aumento do endividamento público e a preocupação com a retomada do crescimento da economia. O relatório da Moody´s aponta entre os motivos do rebaixamento algumas ações do governo nos últimos meses, como o corte de R$ 23,4 bilhões nas despesas não obrigatórias, a reforma da Previdência, a possível volta da CPMF (imposto cobrado em cima de transições bancárias).

A agência também aponta que “dinâmica política desafiadora” vai continuar a complicar os esforços de consolidação fiscal (rever taxas e juros) e atrasar as reformas estruturais. Em resposta ao anúncio da Moody´s, o Ministério da fazenda afirmou em nota oficial que a posição das agências de rating “não altera o comprometi mento com o ajuste fiscal [das contas públicas] necessário para a estabilização da trajetória da dívida pública e na perspectiva de recuperação da economia brasileira no médio prazo”.

Entre as três grandes agências internacionais (Standard and Poor’s, Fitch Rati ngs e Moody´s), apenas a Moody’s mantinha o Brasil com grau de investi mento. No dia 9 de dezembro 2015, entretanto, a agência colocou a nota do país em revisão para possível rebaixamento, indicando que ela poderia ser reduzida em breve, o que aconteceu no final de fevereiro.

CONSEQUÊNCIA:

Além da dívida pública, o ambiente político tem sido determinante para avaliar se o Brasil é um destino seguro ao investi mento ou não. Uma das principais consequências dos rebaixamentos pelas agências é a maior saída e menor entrada de dólares do país. Isso tende a gerar novas desvalorizações do real e pressionar para cima os juros, já que, como o Brasil torna-se um destino mais arriscado, é necessário pagar taxas de retorno maiores. Assim, o governo e as empresas brasileiras irão ter mais dificuldades para conseguir bons empréstimos no exterior, já que os estrangeiros podem preferir colocar o seu dinheiro em países que tenham uma nota maior, ou seja, que são mais confiáveis na hora de pagar as dívidas, o que pode desacelerar ainda mais a economia do país.

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