Eduardo Cunha é preso em Brasília

O pedido de prisão preventiva de Eduardo Cunha (ex-deputado federal pelo PMDB-RJ e ex-presidente da Câmara dos Deputados) foi feito pelo Ministério Público Federal (MPF) à Justiça Federal em Curitiba. Com uma ordem expedida pelo juiz Sergio Moro, responsável pelas ações da operação Lava Jato, Cunha foi preso pela Polícia Federal (PF) perto da casa onde morava em Brasília.

Cunha é réu na operação sob acusação de corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. De acordo com o MPF, sua prisão preventiva foi pedida porque, em liberdade, o acusado representa risco à instrução do processo e à ordem pública. Os procuradores argumentam também que havia a possibilidade concreta de Cunha fugir do país por possuir recursos ocultos no exterior e por ter dupla nacionalidade (italiana e brasileira).

O ex-deputado, que teve seu mandato cassado em setembro deste ano, afirmou em nota divulgada por seus advogados que a decisão de Moro que resultou na sua prisão é “absurda” e “sem nenhuma motivação” (veja abaixo a nota na íntegra). Na ocasião da cassação, além de perder o mandato, Cunha também perdeu o direito ao foro privilegiado.

Assim que foi detido, Eduardo Cunha foi levado para o hangar da PF no Aeroporto de Brasília para embarcar para Curitiba, onde estão sendo conduzidas as investigações da Lava Jato. Além da prisão, a PF informou também que a 6ª Vara Federal de Curitiba decidiu bloquear bens de Cunha no valor de R$220 milhões.

Íntegra da nota de Cunha sobre a prisão:

“Tendo em vista o mandado de prisão preventiva decretado hoje pela 13ª vara federal do Paraná, tenho a declarar o que se segue:
Trata-se de uma decisão absurda, sem nenhuma motivação e utilizando-se dos argumentos de uma ação cautelar extinta pelo Supremo Tribunal Federal.
A referida ação cautelar do Supremo, que pedia minha prisão preventiva, foi extinta e o juiz, nos fundamentos da decretação de prisão, utiliza os fundamentos dessa ação cautelar, bem como de fatos atinentes à outros inquéritos que não estão sob sua jurisdição, não sendo ele juiz competente para deliberar.
Meus advogados tomarão as medidas cabíveis para enfrentar essa absurda decisão.”

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