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Novo indicador revela que 62% dos brasileiros não guardam dinheiro

Um novo índice, chamado de Indicador de Reserva Financeira, divulgado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) em parceria com a Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL), reuniu dados sobre a quantidade de brasileiros que conseguiram guardar algum dinheiro no último mês. O objetivo da pesquisa, que passa a divulgar mensalmente seus resultados, é acompanhar a evolução deste hábito, que ainda é muito fraco no país.

De acordo com o primeiro resultado analisado, 62% dos entrevistados afirmaram não ter guardado nenhuma quantia no mês de janeiro. Dentre os que conseguiram reservar uma parte dos seus rendimentos, cerca de 29% guardaram apenas o que sobrou do orçamento e somente 7% costumam reservar um valor fixo todo mês.

O indicador mostrou também que a maioria desses poupadores habituais (de quantias fixas ou não) pertencem às classes A e B, somando 58% dos entrevistados, como esperado. Já entre as classes C, D e E o índice foi de apenas 30% dos brasileiros. Para o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro, o brasileiro não tem o hábito de poupar e, quando poupa, na maioria das vezes a poupança é o que sobra do orçamento, e não algo planejado.

Questionados sobre a economia que fizeram em dezembro, mês anterior a pesquisa, os resultados foram ainda mais alarmantes. A maioria (75%) disse que não conseguiu reservar nada de sua renda e apenas 23% afirmaram que conseguiram guardar algum dinheiro.

Os baixos índices de brasileiros que conseguem ou tem o hábito de guardar dinheiro mensalmente pode ser associado a atual crise econômica que está afetando todo o país. “É notável que a maioria dos brasileiros não reservou parte de seu dinheiro em dezembro, inclusive quem pertence a classes de alta renda. A crise econômica certamente tem seu papel no resultado da baixa poupança. Com o crescimento do desemprego, o orçamento familiar tornou-se mais apertado e, em alguns casos, insuficiente até para honrar compromissos já assumidos”, explica Pellizzaro. “Também pesa o fato de a renda média dos brasileiros que mantiveram seus empregos ainda ser baixa, independentemente da crise.”

Em relação aos motivos que levam os brasileiros a economizar, 43% disseram que é para se proteger contra imprevistos como doenças e morte de entes, 31% por medo do desemprego, 27% poupam pensando no futuro, 24% guardam para a realização de um sonho de consumo, 23% citam planos de viagem e 18% possuem o desejo de compra ou quitação da casa própria.

O principal destino do dinheiro guardado ainda é a caderneta de poupança, citada na pesquisa por 62% dos entrevistados, mas o que chamou mesmo a atenção foi o índice de pessoas que ainda preferem guardar suas economias em casa, um total de 20% dos entrevistados. Entre os outros tipos de investimentos estão os fundos de investimentos (10%), Previdência Privada (6%) e outras opções de investimento em renda fixa e Bolsa de Valores (menos de 5% do total).

A reserva financeira com foco na aposentadoria foi citada por apenas 17% dos entrevistados, o que representa um percentual muito baixo diante da atual situação do país.

Enquanto uma reforma nas regras da aposentadoria está sendo discutida pelo Governo, o assunto torna-se cada vez mais urgente. Especialistas alertam que os brasileiros devem começar a dar mais atenção para seus rendimentos o quanto antes, pois diante do alto nível de desemprego e da grave crise econômica, a longo prazo muita gente acabará tendo que reduzir seu padrão de consumo ou até mesmo acabará dependendo de terceiros para ter uma velhice confortável.

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