Investidores mudam de estratégia

O ano de 2016 começou com muitas dúvidas em relação à tomada de decisões sobre novos investimentos no mercado financeiro. O Relatório Focus (desenvolvido semanalmente pelo Banco Central) do dia 20 de janeiro, divulgado após a primeira reunião do Copom, apontava alta de mais de 1% na taxa de juros durante o ano e indicava que a expectativa em relação a taxa Selic para o final de 2016 era de 15,5%. Além disso, o Congresso retornaria do recesso para votar mudanças na tributação (nas taxas) dos investimentos, para decidir sobre propostas que vão desde a tributação dos produtos com rendimentos isentos do Imposto de Renda (como o LCI, LCA, CRI, CRA), até alterações na tabela regressiva de IR, com foco no alongamento dos prazos de recebimento.

Esse cenário era ideal para que os investi dores procurassem taxas pré-fixadas (quando a taxa de retorno do investi mento já é conhecida no momento da aplicação, ou seja, o investidor já sabe o quanto vai render o seu dinheiro, independentemente do que ocorrer na economia) e prazos longos de investimento, assim, poderiam garantir um alto retorno do investimento e, ao mesmo tempo, se defenderiam das mudanças na tributação, que seriam votadas. Porém, tudo mudou.

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Em primeiro lugar, todos foram surpreendidos com a manutenção da taxa de juros básica da economia, a famosa Selic. A discussão no mercado era se o Banco Central aumentaria em 0,25 ou 0,50% essa taxa, mas o que se viu foi a Selic mantida em 14,25%. Com isso, a atratividade dos produtos pré-fixados diminuiu drasticamente. Para se ter uma noção, na virada do ano, um CDB (Certificado de Depósito Bancário, um ti pode título que os bancos emitem para se capitalizar, ou seja, conseguir dinheiro para financiar suas atividades de crédito) de bancos de menor porte pagava cerca de 18,5% ao ano, com uma carência de dois anos para resgate, quer dizer, para “recuperar” o dinheiro, sem pagar nenhum tipo de taxa por isso, era necessário esperar o prazo de dois anos. Hoje, esse mesmo produto paga cerca de 16% ao ano. Outra mudança é referente a tributação. Semana passada, o senador Romero Jucá desisti u da Medida Provisória 694/2015, que previa as alterações citadas. O Congresso deve iniciar uma nova discussão sobre o tema, mas o certo é que qualquer mudança deve ocorrer apenas em 2017.

Todas essas mudanças mostram que a crise econômica e política que estamos vivendo também traz impacto nos investimentos. Por isso, é importante procurar pessoas qualificadas para auxiliar na tomada de decisão e o mais importante, conhecer os diversos tipos de investi mento existentes no mercado.

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