Stone é a favorita no setor de pagamentos; já a Cielo agrada cada vez menos

BTG Pactual (BPAC11) reviu suas estimativas para as operadoras de meios de pagamento. O saldo geral é favorável à Stone (STNE) e à Pag Seguro (PAGS), ambas listadas nos Estados Unidos.

Já a Cielo (CIEL3) é a que menos agrada o BTG Pactual. O banco já esperava uma queda de 30% nas receitas da companhia, mas a projeção desceu novamente.

A empresa sofre com a pressão sobre as margens de lucro, o que a torna mais vulnerável à queda do volume de transações causada pelo coronavírus.

Com o caixa apertado, a Cielo deve restringir ao máximo a distribuição de dividendos, o que reduz o apelo do papel.

Lição de casa

“A situação da Cielo continua delicada, e uma reestruturação de sua estrutura de controle seria uma chave para seu sucesso”, afirmam Eduardo Rosman e Thomas Peredo, que assinam a análise.

O preço-alvo para a Cielo caiu de R$ 6,50 para R$ 4,50, com recomendação neutra. Assim, o potencial de alta dos papéis é de apenas 2%, com base no preço de fechamento usado como referência pelo BTG Pactual.

Para a Pag Seguro, chamada de “vencedora relativa” pelo BTG, o preço-alvo baixou de US$ 36 para US$ 27, com recomendação neutra. O banco afirma que a empresa é menos vulnerável à crise, devido à sua grande parcela de custos variáveis – sobretudo, com marketing.

A Pag Seguro também seria beneficiada mais rapidamente pela retomada pós-coronavírus, uma vez que é mais exposta ao mercado informal de trabalho – segmento que tende a crescer com o aumento do desemprego. Por fim, o BTG lembra que a operadora conta com uma boa posição de caixa.

Liderança

A Stone foi a única a receber recomendação de compra, embora o preço-alvo tenha caído de US$ 46 para US$ 31. É, também, a favorita do banco (top pick) no segmento de meios de pagamento.

Embora seja bastante exposta ao segmento de pequenas e médias empresas – o que, em tese, a faria sofrer muito na crise -, o BTG Pactual prefere ressaltar outro ponto: o time de gestores bem qualificados que conduzem a Stone.

“Ainda cremos que a Stone tem capacidade para ser uma companhia de elevado crescimento e entregar mais no longo prazo”, diz a dupla de analistas. E acrescenta: “A empresa está desempenhando um papel de liderança para ajudar as pequenas e médias empresas a ter liquidez”.

Fonte: Moneytimes