No Brasil, política é sinônimo de corrupção?

Nos últimos meses, a palavra Impeachment está sendo muito usada, agora os escândalos de corrupção envolvem o presidente da câmara.

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A população brasileira já está se acostumando a enfrentar denúncias de corrupção dentro de cargos do alto escalão político do governo, mas não deveria. O mais novo acusado é o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, nessa hora a palavra Impeachment volta à boca do povo. Vamos entender o que está acontecendo.

Nas últimas semanas, a Procuradoria-Geral da República recebeu do Ministério Público suíço documentos comprovando a existência de contas secretas de Eduardo Cunha na Suíça, assim, ele se tornou suspeito de crimes de lavagem de dinheiro e corrupção. A revelação reforça a delação premiada (ação de colaborar com as investigações em troca de redução da pena) do ex-consultor da Toyo Setal, Júlio Camargo, segundo ele, Cunha pediu uma propina de 5 milhões de dólares para providenciar um contrato de navios sonda da Petrobras. Após a denúncia de Camargo, a Procuradoria-Geral da República denunciou o peemedebista (fi liado ao PMDB) ao Supremo Tribunal Federal (STF), em agosto.

“Cunha sempre negou as acusações”

Cunha sempre negou as acusações e, em março, disse à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito, um tipo de investigação elaborada conduzida pelo Poder Legislativo) da Petrobras não possuir contas no exterior. Hoje, sete meses depois, foi comprovado que a afirmação feita por ele era falsa. Acontece que menti r a uma CPI é considerado quebra de decoro parlamentar (rompimento de valores necessários nessa posição política) e pode levar à cassação. Fora isso, o Código de Ética da Câmara afirma que os deputados que não declaram possuir algum bem relevante devem perder o mandato.

Mas como o buraco ainda é mais embaixo, se Cunha cair, o primeiro vice-presidente da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), assumiria, com o objetivo de convocar novas eleições em até cinco sessões. No entanto, se o STF afastar Cunha, Waldir Maranhão também assumiria ameaçado, uma vez que é um dos 32 deputados do PP investi gados na Lava Jato. Ao todo, oito dos 11 integrantes da mesa diretora que estão na fila de substituição do Cunha respondem a processos ou têm condenações na Justiça. Fato que faz o brasileiro se perguntar como são os políticos no Brasil, será que nesse país política é sinônimo de corrupção?

Só na Operação Lava Jato, que investiga corrupção, pagamento de propina e desvio de dinheiro através da Petrobras, estão envolvidos 56 políticos, todos sendo investi gados pelo supremo tribunal federal.