Mercado Imobiliário em Campinas

Em março, de acordo com os índices apurados pela FipeZAP, houve recuo nos preços de locação e vendas, o que, para o setor, confirma maior cautela

O setor imobiliário em Campinas já começa a sentir os efeitos da desaceleração do mercado causada pela pandemia. Os reflexos da retração já são sentidos no segmento de imóveis comerciais. Em março, de acordo com os índices apurados pela FipeZAP, houve recuo nos preços de locação e vendas, o que, para o setor, confirma maior cautela das empresas e profissionais liberais na hora de fechar negócio.
Segundo o índice de locação FipeZAP, que apura dados de mercado das dez principais capitais e cidades brasileiras, em março — quando teve início o decreto de quarentena na cidade — o valor médio para venda de imóvel comercial em Campinas ficou positivo em 0,12% (aumento real). O índice, no entanto, apresentou recuo em relação a fevereiro, quando foi de 0,21%. No mês passado, o valor médio do metro quadrado para venda em Campinas foi de R$ 6.171 (nono da lista das dez cidades apuradas, e bem abaixo da média nacional, de R$ 8.488).
No acumulado de janeiro a março o índice de venda comercial ainda foi positivo em 0,08%, reflexo da recuperação de janeiro e fevereiro. Já no acumulado de doze meses (março de 2019 a março de 2020) o preço teve uma retração de 3,5%.

Locação

O índice FipeZap de locação apresentou uma queda de 0,03% em março, contra alta de 0,16% em fevereiro. No acumulado do primeiro trimestre de 2020, a locação apresenta alta de 0,21%. Já no acumulado de doze meses, o índice registra crescimento de 5,41%. O valor do metro quadrado em março foi de R$ 31,27.
Para Francisco de Oliveira Lima Filho, presidente da Associação Regional da Construção de Campinas e Região (Habicamp), os índices mostram que o mercado imobiliário está paralisado. “O que temos visto junto aos empresários é um mercado totalmente parado no que diz respeito às vendas e locação”, diz. “As imobiliárias estão praticamente fechadas e nem os negócios on-line estão surtindo efeito. O consumidor está em compasso de esperar para saber os desdobramentos da crise nos caixas e bolso, evitando comprar ou postergando locações”, diz.
Outro fator que ajuda na paralisia, explica Lima Filho, é a dificuldade para obtenção de documentação necessária para efetivação de compra e venda, uma vez que as prefeituras estão fechadas e os cartórios retomaram o atendimento apenas na semana passada.
Ele lembra, ainda, que o setor da construção civil está fora da lista de atividades proibidas de abertura. Mas isso vale apenas para o setor da construção. “Temos obras em andamento na região, mas as vendas estão totalmente paradas, uma vez que os plantões de vendas estão proibidos de abrirem para atendimento ao cliente”.
Na avaliação do presidente da Habicamp, ainda é cedo para avaliar o tamanho do impacto no setor. “Precisamos ver como vai reagir a economia como um todo após o encerramento da quarentena, como vai estar o mercado de trabalho, a renda das pessoas e, acima de tudo, a confiança do cliente para adquirir imóvel a médio prazo”, completa.
Renato Costa, diretor da Rede Provectum, explica que não houve, até o momento, grandes mudanças em relação a valores de venda e locação. “O que observamos foi uma maior abertura dos proprietários de escutarem proposta”, explica.
Ele conta que, ao contrário do segmento residencial, o setor comercial manteve-se estável. “Nesse período sentimos uma maior procura dos locatários de imóveis comerciais solicitando negociações, bonificações e até mesmo carência dos contratos atuais para o período da quarentena, uma vez que seus comércios encontram-se fechados e consequentemente sem faturamento.”
Fonte: Correio Popular
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