Mais da metade dos investidores prevê Ibovespa acima dos 130 mil pontos em dezembro de 2021

Para 42% dos entrevistados, real é a moeda que deve ter a maior valorização entre as divisas de países emergentes nos próximos seis meses

O otimismo dos investidores da América Latina com o mercado acionário da região está em nível parecido com o observado em dezembro de 2019, segundo pesquisa mensal do Bank of America (BofA) com gestores de recursos.

Dentre os 26 profissionais de investimento entrevistados entre os dias 4 e 11 de dezembro, com cerca de US$ 84 bilhões em ativos sob gestão, 54% acreditam que o Ibovespa deve encerrar 2021 acima dos 130 mil pontos. Na pesquisa de novembro, menos de 10% esperavam o índice acima desse patamar, pontuação com a qual o banco trabalha.

Além disso, cerca de 20% espera o benchmark em dezembro do ano que vem dentro do intervalo dos 120 mil aos 130 mil pontos, contra quase 50% no mês passado.

A pesquisa mostra ainda que aproximadamente 10% dos entrevistados preveem o Ibovespa acima dos 140 mil pontos daqui um ano. E nenhum deles crê que o Ibovespa possa encerrar o próximo ano abaixo dos 110 mil pontos.

Nesta segunda-feira, o índice encerrou a sessão aos 114,6 mil pontos.

Os dados da pesquisa indicam também que 43% dos investidores pretendem aumentar a alocação em ações, contra uma média histórica de 37%.

Dentre os setores de preferência no momento, destaque para consumo discricionário, materiais de construção e financeiro.

Questionados quanto às moedas latino-americanas que devem ter a melhor performance nos próximos seis meses, o real foi a mais citada, com 42% das respostas, seguido pelo peso mexicano, com 19%.

Cerca de 70% acreditam que o real deve encerrar 2021 abaixo de R$ 5,10, ante 45% em novembro. A projeção do BofA para a moeda brasileira daqui 12 meses é de R$ 5,10.

Risco em queda

O coronavírus se manteve na liderança como maior “risco de cauda” no radar dos gestores para os mercados latino-americanos, mas tendo caído de 50% das respostas em novembro, para 27% em dezembro.

Agora, a pandemia ficou empatada no radar de maiores riscos com uma desaceleração da China e dos preços das commodities.

No caso do mercado brasileiro, o risco de deterioração fiscal descontrolada lidera entre os maiores riscos, com 69% das respostas, ante 63% em novembro. Na sequência aparece o ruído político, com 12%.

Já 66% dos entrevistados disseram esperar por alguma flexibilização no teto de gastos, contra 55% no mês passado.

Em tópico separado, a pesquisa do BofA mostra também que o risco de inflação diminuiu no radar do investidor brasileiro nas últimas semanas.

Cerca de 40% dos entrevistados esperam por um aumento nas expectativas de inflação no Brasil, ante 61% em novembro.

E aproximadamente 46% veem os aumentos de preços como algo temporário, ante pouco mais de 20% no mês passado.

Quanto à Selic, a aposta majoritária é a de que o Banco Central (BC) terá de subir a taxa de juros em 2021. Ainda assim, a maior parte (40%) dos investidores espera a Selic em um intervalo entre 2,5% e 3% no fim de 2021.

Sobre o Brasil retomar o grau de investimento, 73% esperam que isso ocorra a partir de 2023, ante 66% na pesquisa passada.

Quanto ao crescimento econômico do país, aproximadamente 40% esperam que será em um intervalo entre 3% a 4% em 2021. O banco americano trabalha com uma expansão do PIB brasileiro de 3,5% no ano que vem.

Fonte: InfoMoney