Crescem 40% os clientes que já aderiram às tecnologias no mercado imobiliário

O uso da tecnologia no mercado imobiliário tem ganhado força nos últimos anos e tem sido um dos focos do setor desde que o novo coronavírus chegou ao Brasil. São imagens em 360°, projeções em 3D, fotos em alta resolução de todos os detalhes, visita por videoconferência. A possibilidade de conhecer completamente um imóvel sem sair de casa é real e tornou-se o bote salva-vidas do setor imobiliário.

O isolamento fez o mercado imobiliário recuar, e não demorou para que o setor como um todo acelerasse essa digitalização, afirma o presidente da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi) na Bahia, Cláudio Cunha.

“Fizemos em poucas semanas o que estava planejado para daqui a dois ou três anos. Nas últimas semanas tivemos um aumento de 40% de clientes que usaram alguma dessas tecnologias para conhecer imóveis”.

E elas são inúmeras. Uma das mais conhecidas é a fotografia de alta resolução, especialidade do fotógrafo Marcelo Maia, em que são mostrados detalhes, iluminação e decoração dos imóveis.

“O objetivo da alta resolução é capturar a essência do local, e a principal vantagem dela está na qualidade da imagem, mesmo que seja ampliada pelo cliente, a visualização não sofre um impacto negativo. Além de oferecer uma liberdade maior para que se trabalhe com ela em diferentes mídias”, conta.

Então temos a fotografia em 360°, a nova queridinha do setor, que possibilita conhecer virtualmente os cômodos de um imóvel por diversos ângulos. De acordo com Rodrigo Lima Tagliaro, dono da produtora Rodtag, ainda que a qualidade de uma foto dessas seja maior se feita por uma câmera DSLR (com um tripé e cabeça giratória), ao realizar o trabalho com uma câmera de 360°, a qualidade pode ficar menor, mas se ganha a vantagem da velocidade de produção e menor custo.

“O valor varia de acordo com o projeto. Esse tipo de imagem é a melhor opção para entender um imóvel, já que o usuário pode interagir girando a imagem, pode analisar a propriedade e ter uma noção maior de espaço. Sem contar que se o usuário tiver acesso a óculos de realidade virtual se sentirá dentro do imóvel”.

Outra tecnologia que ajuda o cliente a conhecer todos os cantos de imóvel sem sair de casa são as projeções 2D e 3D. Elas se tornaram uma forma comum de apresentação para imóveis que ainda estão na planta, mas, com o avanço da tecnologia, elas já seguem uma linha semelhante a da fotografia em 360°, já que o objetivo dessas projeções é reproduzir com realismo um projeto arquitetônico, explica o professor Lucas Baisch.

Mestre em patrimônio cultural, professor e pesquisador do curso de arquitetura e urbanismo da Unifacs, Lucas conta que a projeção em 3D é uma ferramenta poderosa. “Ela permite que o observador seja levado ao imóvel através da tela do computador, óculos RV ou tantos outros meios”.

Mudança de cultura

Mas toda essa tecnologia tem trazido resultados reais no que diz respeito ao aumento de vendas de imóveis? Há casos e casos, afirma a corretora autônoma Aida Andrade. “Aqui na Bahia, os cliente ainda sentem a necessidade de conhecer o imóvel ao vivo, mesmo com toda a tecnologia disponível. É uma questão cultural de só comprar depois de ver. Mas acredito que esse hábito irá mudar, ainda que demore um pouco”. Mas ela ressalta que finalizar compras de imóveis 100% online é um hábito que tem conquistado os brasileiros e que se acelerou durante a pandemia.

Uma boa prova disso são as vendas da construtora Tenda, que, com as lojas físicas fechadas, teve um retorno muito positivo dos R$ 35 milhões investidos em tecnologia no ano passado.

Só no seu feirão online, que começou no dia 23 de março, receberam o contato de mais de 60 mil pessoas, que estão seguindo os trâmites para a compra do imóvel, conta Luís Martini, diretor-executivo de marketing e tecnologia da Tenda. “No momento atual, todas as vendas estão sendo online por causa da pandemia da Covid-19”, conta.

Fonte: UOL

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