Coronavírus: mercado imobiliário sob ameaça

Como consequência da pandemia, IFIX (Índice de Fundos de Investimentos Imobiliários) se desvalorizou em cerca de 22%

Incerteza. Está é a palavra que define a economia brasileira atualmente. Após a confirmação de casos do Covid-19 (novo coronavírus) no país, vimos em um curto espaço de tempo a Ibovespa (Índice da Bolsa de Valores de São Paulo) sofrer graves quedas, levando os fundos imobiliários para um terreno perigoso. De acordo com Nicolas Paiva, especialista em direito imobiliário, do escritório Silveiro Advogados, a pandemia está trazendo sérios prejuízos em esfera global. “Em termos práticos, podemos dizer que, com uma crise dessa relevância, as pessoas efetivamente deixam de fazer negócios e investimentos, em especial na área imobiliária”, afirmou Paiva.

A pandemia do Covid – 19 (coronavírus) tem causado abalos na economia mundial, elevando o risco de uma séria recessão no mercado imobiliário em escala global. De acordo com Nicolas Paiva, especialista em direito imobiliário, da empresa Silveiro Advogados, no Brasil a situação chega a ser mais crítica, uma vez que o país ainda está recuperando-se da crise que aconteceu em 2014.

“Apesar do crescimento já identificado nos últimos tempos, o desaquecimento econômico global com a crise acabou impactando e postergando a retomada do segmento, principalmente em capitais como Rio de Janeiro, que dependem de setores fortemente afetados como petróleo”, afirmou o especialista. Embora os efeitos negativos dos últimos dias já sejam visíveis e a retomada energética da economia incerta, muitas pessoas acabam aproveitando a oportunidade para apostar em investimentos no ramo imobiliário.

Entretanto, Paiva ressalta que antes de tudo é preciso cautela. “É difícil dizer se o cenário está propício ou não para investimentos, porque pode ainda haver uma queda maior. A única coisa que se pode garantir atualmente é que esta precificação não condiz com o real valor das cotas dos fundos de investimento imobiliário, as quais certamente tendem a retornar a perspectiva de crescimento a longo prazo”, informou.

Pregão.

De acordo com Paiva, o fundo imobiliário nada mais é do que uma renda variável. No entanto, seu Ifix (Índice de Fundos de Investimentos Imobiliários da BMF&Bovespa) é menos volátil do que o Ibovespa (Índice da Bolsa de Valores de São Paulo) – e está caindo, em média, um terço do que está caindo a Ibovespa.

“Quando há muito risco de liquidez, as pessoas vendem papel para ter dinheiro em mãos”, concluiu Paiva. Entretanto, vale lembrar que o Ifix vem registrando queda antes do surgimento do coronavírus. No início do ano, o índice do Ifix estava em um patamar de 3.250. Agora está a 2.570, uma queda de 22%, aproximadamente, chegando ao mesmo cenário de junho de 2019.

“Uma alternativa mais segura é comprar cotas de fundo que tenham ativos que devem ser menos impactados pela crise. Por exemplo: galpões logísticos alugados por farmacêuticas (cujas ações estão subindo) e fundos de contratos atípicos, pois tendem a sofrer menos impacto a curto prazo”, indicou.

Fonte: O Vale